Opinião

A eterna Rosah Russomano (1919-1999)

Por Thaís Russomano
Médica Especializada em Medicina Espacial

Este artigo foi escrito a quatro mãos e a dois corações, enquanto eu e minha mãe conversávamos descontraidamente, num 31 de outubro, dia do nascimento de minha avó materna, Rosah Russomano.

“E se ela ainda estivesse aqui?”, pensei alto. “É esse o grande mistério da existência humana, minha filha. Os que souberam amar e, por consequência, se fizeram amados, não completam suas vidas com a morte. O sepulcro deixa de existir ante o milagre da lembrança e da saudade”.

Mais de duas décadas se passaram desde sua morte em 18 de maio de 1999, na cidade de Pelotas, onde morou a vida inteira. Acima de sua rara inteligência, ela foi uma mulher de exceção por sua coragem. Determinada, soube superar preconceitos e lutar pela libertação social da mulher. E foi uma vencedora! Jurista que cruzou fronteiras, gostava de interagir com os estudantes da Faculdade de Direito de Pelotas, de proferir palestras Brasil afora e de datilografar livro atrás de livro.

Crescemos, eu e minha mãe, envoltas pela sabedoria e pelo amor dessa pessoa sensível, única, singular. A vida deu-nos a chance de dividir com ela década sobre década de nossas vidas. Um privilégio. E uma sorte!

Por um bom tempo, seguimos rememorando as diversas maneiras que fomos contagiadas, moldadas e guiadas por essa mulher que partiu deixando a certeza de que, onde estivesse, seguiria a zelar por nós.

O cair da noite nos foi deixando progressivamente mais nostálgicas. Memória atrás de memória. Fato atrás de fato. A saudade cresceu, tomou quase uma forma física e o silêncio se abateu sobre nós. Foi quando compreendemos, sem nada falar, o significado da palavra “eternidade”!


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